Como vários outros romances dessa época, a Condessa Vésper foi inicialmente publicada no periódico Gazetinha, como romance-folhetim. A condessa Vésper oferece observações das condições humanas do Rio de Janeiro da época, descreve admiráveis painéis da cidade, dentro da perspectiva detalhista que caracteriza o estilo. Este romance caracteriza-se da uma caricatura viva e dinâmica das bases podres da sociedade imperial. Depois dum casamento frustrado com um homem, Leonardo, que enlouquece no na noite de núpcias, Ambrosina torna-se amante de Gabriel. Este último, um jovem que herdara uma boa fortuna da mãe e fora criado por Gaspar, um médico, faz de tudo para manter Ambrosina ao seu lado; porém, a jovem sempre consegue enganá-lo e pegar do rapaz bons contos de réis. A conduta homossexual de Ambrosina com Laura, não se regenera em nenhum momento do romance, mesmo tendo ao seu lado um médico, que é uma figura muito utilizada nos romances naturalistas e, até mesmo nos românticos, para colocar certas personagens no caminho considerado correto, não funciona. A obra demonstra que a homossexualismo, se não fosse curado, levaria não somente o indivíduo que sofria de seus males à morte, bem como todos aqueles que o cercavam. Essa obra expôs lesbianismo na literatura brasileira.
